Capitulo 6: Apenas lembranças
Era uma noite estrelada.
Itachi entrou pela janela escancarada, uma sombra silenciosa, a perfeita definição de um ninja.
O quarto estava escuro, a não ser pelo brilho dos olhos dele e de outro observador.
Kuromaru o fitou desconfiado, encarrapitado na cabeceira da cama. Depois soltou um pio baixo e voou noite afora. Itachi se arrepiou com o som de mau agouro.
Yui estava dormindo, abraçada a um travesseiro branco. Rosto sereno, feições relaxadas, cabelo despenteado.
Itachi tremeu. O que estava fazendo? A menina parecia ainda mais indefesa à sua frente.
Lembrou-se das palavras de Shisui.
“Quero fazer disso uma disputa justa, sem trapaças.”
Claro, sem trapaças. Tinha matado o amigo e ficado com a garota. Muito justo.
Afinal por que havia tomado essa decisão? Por que logo ele? No fim das contas era um covarde. Amaldiçoou o destino por submetê-lo àquilo.
Olhou Yui com remorso e ternura. Menina boba... Dormindo com a janela aberta daquele jeito... Apostava que a porta estava destrancada também. Essa inocência ainda a mataria.
Ao lado da cama havia um criado mudo, e em cima deste, um pratinho com biscoitos. Itachi pegou um e deu uma mordida.
Que horror!
Colocou de volta o biscoito pela metade. Yui não dera nem sinal de que percebia que ele estava ali.
Ele era mesmo um imbecil. Sentir fraqueza numa hora dessas, depois de já ter se decidido. Porem naquele instante não podia deixar de se sentir triste por não poder ver aqueles lindos olhos azuis de novo. Por que ela não acordava?
Passou os dedos pelo cabelo preto sedoso. Nem assim a menina despertou. Sentiu um impulso de beijá-la, mas se segurou. Isso atrapalharia ainda mais sua decisão.
Um vulto passou pela janela e parou ao lado dele.
- Madara – falou Itachi com frieza e veneno na voz.
- Ainda não acabou o serviço? – perguntou o vulto, e depois reparou em Yui – Você é um fracote mesmo, não é?
Riu com desdém.
- Se resolver amarelar, me avise para eu terminar com isso.
Saiu pela janela enquanto Itachi cerrava os punhos.
Sim, era a noite do massacre dos Uchiha.
A noite que Itachi trairia a todos que ele mais amava. Não que ele se orgulhasse do que estava fazendo.
Na verdade, queria ter mantido a promessa feita com Shisui. Queria ter feito um jogo limpo, que colocasse apenas suas virtudes em prova. Mas tinha recebido aquela droga de missão...
Tinha certeza, se o amigo estivesse em seu lugar, as coisas seriam diferentes. Ele teria protegido os companheiros com todas as suas forças. Teria mantido a promessa. E não teria ficado indeciso nem por um instante.
- Shisui era melhor para você... – murmurou Itachi para Yui.
Nenhuma reação. Ela ainda dormia profundamente. Ele não podia mais perder tempo. Se não fizesse o serviço, Madara o faria.
Não... Não ia deixar ninguém matá-la. Sempre a protegera. Não era agora que abriria mão de tudo. Ninguém além dele podia fazer isso.
“Sinto muito Shisui...” pensou consigo mesmo. “Yui...”
Nem sabia dizer quando aquele sentimento havia surgido. Apenas... Apareceu. E era mais forte do que ele mesmo.
Só queria ter dito antes “Eu te amo”.
O sangue molhou suas mãos quando a kunai foi encravada no peito da menina.
Engraçado... Queria chorar. Chorar por amor, tristeza. Por remorso, fraqueza e solidão. Mesmo assim, não conseguia derramar uma única lagrima, e o único líquido que escorria era o sangue vermelho e morno, molhando a roupa de cama.
Claro, ela havia enxugado sua lagrimas. Como era bobo...
Sussurrou para si mesmo.
- Adeus...
...
- Itachi-sempai.
Itachi abriu os olhos. Kisame estava parado ao seu lado, apoiado na enorme espada.
- Já está na hora de irmos. – falou Kisame.
O Uchiha se levantou da árvore onde estava com os ombros apoiados, e limpou a poeira da roupa.
- Vamos – respondeu ele.
Kisame seguiu-o um pouco receoso.
- Itachi-sempai... Você está bem? Parece um pouco distante.
Itachi olhou para o horizonte, mas viu apenas uma paisagem embaçada, graças a seus olhos feridos.
- Não é nada... Apenas lembranças.
Itachi entrou pela janela escancarada, uma sombra silenciosa, a perfeita definição de um ninja.
O quarto estava escuro, a não ser pelo brilho dos olhos dele e de outro observador.
Kuromaru o fitou desconfiado, encarrapitado na cabeceira da cama. Depois soltou um pio baixo e voou noite afora. Itachi se arrepiou com o som de mau agouro.
Yui estava dormindo, abraçada a um travesseiro branco. Rosto sereno, feições relaxadas, cabelo despenteado.
Itachi tremeu. O que estava fazendo? A menina parecia ainda mais indefesa à sua frente.
Lembrou-se das palavras de Shisui.
“Quero fazer disso uma disputa justa, sem trapaças.”
Claro, sem trapaças. Tinha matado o amigo e ficado com a garota. Muito justo.
Afinal por que havia tomado essa decisão? Por que logo ele? No fim das contas era um covarde. Amaldiçoou o destino por submetê-lo àquilo.
Olhou Yui com remorso e ternura. Menina boba... Dormindo com a janela aberta daquele jeito... Apostava que a porta estava destrancada também. Essa inocência ainda a mataria.
Ao lado da cama havia um criado mudo, e em cima deste, um pratinho com biscoitos. Itachi pegou um e deu uma mordida.
Que horror!
Colocou de volta o biscoito pela metade. Yui não dera nem sinal de que percebia que ele estava ali.
Ele era mesmo um imbecil. Sentir fraqueza numa hora dessas, depois de já ter se decidido. Porem naquele instante não podia deixar de se sentir triste por não poder ver aqueles lindos olhos azuis de novo. Por que ela não acordava?
Passou os dedos pelo cabelo preto sedoso. Nem assim a menina despertou. Sentiu um impulso de beijá-la, mas se segurou. Isso atrapalharia ainda mais sua decisão.
Um vulto passou pela janela e parou ao lado dele.
- Madara – falou Itachi com frieza e veneno na voz.
- Ainda não acabou o serviço? – perguntou o vulto, e depois reparou em Yui – Você é um fracote mesmo, não é?
Riu com desdém.
- Se resolver amarelar, me avise para eu terminar com isso.
Saiu pela janela enquanto Itachi cerrava os punhos.
Sim, era a noite do massacre dos Uchiha.
A noite que Itachi trairia a todos que ele mais amava. Não que ele se orgulhasse do que estava fazendo.
Na verdade, queria ter mantido a promessa feita com Shisui. Queria ter feito um jogo limpo, que colocasse apenas suas virtudes em prova. Mas tinha recebido aquela droga de missão...
Tinha certeza, se o amigo estivesse em seu lugar, as coisas seriam diferentes. Ele teria protegido os companheiros com todas as suas forças. Teria mantido a promessa. E não teria ficado indeciso nem por um instante.
- Shisui era melhor para você... – murmurou Itachi para Yui.
Nenhuma reação. Ela ainda dormia profundamente. Ele não podia mais perder tempo. Se não fizesse o serviço, Madara o faria.
Não... Não ia deixar ninguém matá-la. Sempre a protegera. Não era agora que abriria mão de tudo. Ninguém além dele podia fazer isso.
“Sinto muito Shisui...” pensou consigo mesmo. “Yui...”
Nem sabia dizer quando aquele sentimento havia surgido. Apenas... Apareceu. E era mais forte do que ele mesmo.
Só queria ter dito antes “Eu te amo”.
O sangue molhou suas mãos quando a kunai foi encravada no peito da menina.
Engraçado... Queria chorar. Chorar por amor, tristeza. Por remorso, fraqueza e solidão. Mesmo assim, não conseguia derramar uma única lagrima, e o único líquido que escorria era o sangue vermelho e morno, molhando a roupa de cama.
Claro, ela havia enxugado sua lagrimas. Como era bobo...
Sussurrou para si mesmo.
- Adeus...
...
- Itachi-sempai.
Itachi abriu os olhos. Kisame estava parado ao seu lado, apoiado na enorme espada.
- Já está na hora de irmos. – falou Kisame.
O Uchiha se levantou da árvore onde estava com os ombros apoiados, e limpou a poeira da roupa.
- Vamos – respondeu ele.
Kisame seguiu-o um pouco receoso.
- Itachi-sempai... Você está bem? Parece um pouco distante.
Itachi olhou para o horizonte, mas viu apenas uma paisagem embaçada, graças a seus olhos feridos.
- Não é nada... Apenas lembranças.
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